A reforma tributária é uma das pautas mais aguardadas dos últimos anos, mas discuti-la em 2023 pode ser um problema. Para o diretor de Economia e Inovação da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Guilherme Mercês, a negociação de uma proposta em um cenário de aumento de gastos e de déficit elevado pode ser uma oportunidade para ampliar a carga tributária.
A reorganização do sistema tributário brasileiro é uma das diretrizes do plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB). O documento aborda a reforma tributária em termos gerais. Propõe simplificar tributos, reduzir a tributação sobre o consumo, desonerar produtos com maior valor agregado e combater a sonegação fiscal.
O desafio, segundo Mercês, será o contexto no qual o texto será debatido. O próximo governo planeja realizar uma expansão fiscal para estimular o crescimento econômico, o que deve mitigar o ritmo de queda da inflação e inflar o estoque da dívida pública.
“Acho que a sociedade brasileira já não aguenta mais pagar tanto imposto. Acho que se a gente tivesse um aumento de carga tributária agora, eu diria que seria até um tiro no pé para o aumento de receita, porque isso expulsaria muitos contribuintes da base tributária de forma geral”, completou.
Fonte: Jota
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