Com o avanço da internet, tornou-se necessário o enfrentamento de uma realidade que, por seus efeitos colaterais, fragilizaria o modelo de negócios do jornalismo e sinalizaria o que mais à frente se transformaria em um problema central à democracia: a desinformação online.
Foi para enfrentar esse cenário desafiador que, em 2010, entidades ligadas às liberdades de imprensa e de expressão e ao direito de anunciar criaram o Instituto Palavra Aberta, lembra Judith Brito, superintendente/presidente do Grupo Folha, membro do Comitê de Gestão do Grupo UOL, conselheira fundadora e integrante do Conselho Diretor da entidade. “Nós não tínhamos clareza sobre o que viria pela frente, que o mundo se tornaria mais complexo e teríamos de enfrentar tamanha desinformação em massa e a disseminação de fake news, um dos grandes problemas deste século. No entanto, percebíamos alguns sinais, até pela nossa constante vigilância na defesa da democracia”, diz Judith em entrevista exclusiva.
Mais à frente, destaca, o instituto passou, de forma inovadora, a estudar, promover e fomentar a educação midiática, por meio do programa EducaMídia. Para ela, uma tarefa fundamental. “Se nós todos, em especial crianças, adolescentes e pessoas de mais idade, não aprendermos a usar de forma correta, responsável, crítica e consciente as novas tecnologias e a identificar o que é informação e o que é desinformação, estaremos correndo sérios riscos no presente e no futuro”, afirma.
De acordo com Judith, o Palavra Aberta chega aos 15 anos mais importante do que nunca, um contraponto a um cenário de crescimento do número de autocracias no planeta e ao avanço de ideias e práticas autoritárias cada vez mais presentes nos países livres, muitas vezes embaladas pela desinformação em massa.
Crédito da foto: Arquivo Pessoal
Fonte: Palavra Aberta
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