Esta sexta-feira, 28 de março, marca o Dia do Diagramador, o profissional que exerce atividades de design gráfico, sendo responsável pela distribuição harmoniosa de elementos gráficos dentro de uma página ou folha de jornais, revistas e demais meios impressos.
Na newsletter de hoje, você confere a entrevista com um dos diagramadores do Jornal Gazeta do Sul, associado ao Sindijore RS e pertencente ao Grupo Gazeta, de Santa Cruz do Sul. Derli Antonio Gonçalves, 61 anos, e que trabalha na função há mais de quatro décadas.
Ele conta como iniciou na profissão, como surgiu a oportunidade no Grupo Gazeta, detalha os principais desafios de atuar na área, relata a necessidade contínua de diálogo entre equipe de diagramação e de reportagem para a excelência do produto final impresso. Além de Derli, também atuam como diagramadores no Jornal Gazeta do Sul, os profissionais Rodrigo Sperp (32 anos de profissão) e Paulo César Meinhardt (35 de atuação).
Como surgiu o interesse pela profissão?
Bom dia, meu nome é Derli Antônio Gonçalves, tenho 61 anos, trabalho na função há 43 anos e seis meses, sou casado, pai de dois filhos e tenho um neto. Como possuo o segundo grau completo, tive de buscar formas de capacitação e também ser autodidata, aprendendo por conta própria a diagramação e ferramentas de design como o Photoshop, dentre outros.
Tenho o curso de desenho elétrico. Hoje em dia, com a internet, temos uma grande ferramenta que facilita o aprendizado através de vídeos tutoriais.
Principais desafios?
Já tivemos muitos desafios como horários apertados para o fechamento da edição do jornal. Mas justamente essa adrenalina do tempo me deixa cada vez mais apaixonado pela profissão, apesar de saber que mais adiante vou ter que “passar o bastão” para outro profissional. No setor, trabalho com o Paulo e com o Rodrigo e juntos somamos mais de 100 anos na função. Mas sempre digo a todos e já virou um bordão na redação: “No final tudo dá certo, se não deu é porque ainda não chegou ao final.”
Como vê o interesse pela profissão por parte dos profissionais que atuam no Design?
Percebo que pessoas que se formaram na área recentemente não buscam essa atuação. Isso também reflete o fato de que eu meus colegas estamos há muito tempo na função. Já realizei o treinamento de algumas pessoas, mas que não permaneceram por muito tempo.
Como surgiu a oportunidade no Grupo Gazeta de Comunicação?
Em 1981 surgiu um vaga na Gazeta do Sul. Inicialmente, eu não sabia do que se tratava. Então, fiz uma semana de experiência com outro candidato e fui escolhido para a vaga. Na área da diagramação fui aprendendo. No início, era apenas um emprego que eu precisava, mas com o passar do tempo, percebi que era uma área de criação, e desde então, até hoje produzo as minhas artes, como quadros, dioramas, esculturas em madeira, bonsai.
Decidi que era realmente o que eu gostaria de fazer. Agradeço ao Sr. André Luís Jungblut (Presidente do Conselho Administrativo do Gazeta do Sul e presidente do Sindijore RS), Sr. Jones Alei da Silva (Gestor Executivo), Sr. Sidney de Oliveira (Presidente Executivo) e ao Everton Ferreira (Gestor de Operações), bem como a todos com quem eu trabalho diariamente, por ajudarem e compor a minha história profissional.
A importância do diálogo e contato diário com repórteres redatores e fotográficos para a excelência no produto final (o jornal impresso)?
O diálogo com o jornalista, com o fotógrafo, com o editor é fundamental para um produto final bem resolvido e de excelência. Prova disso são os 80 anos da empresa a qual eu faço parte de mais da metade desta história.
Eu sou testemunha dessa interação entre profissionais e setores, bem como da seriedade institucional. As pessoas que aqui atuam e que já atuaram, sempre agem de forma responsável.
Tanto na vida profissional, quanto pessoal, passei por algumas dificuldades. Apesar dos obstáculos, o Jornal Gazeta do Sul, o Grupo Gazeta em geral, sempre me socorreu. A minha gratidão e respeito a todos que compõem esta que é minha segunda casa.
Dicas para profissionais iniciantes na área?
Eu penso que se não estiver pronto para o desafio, para as dificuldades, com a mente aberta para criar e desenvolver um bom visual, que se arrisque com coragem, sem medo de arriscar. Certamente não se decepcionará.
Eu como profissional sempre penso no leitor do jornal. Procuro levar a ele a experiência de uma boa leitura, com um visual agradável.
A diagramação é aquela “cachaça”, difícil de largar.
Foto: Rodrigo Assmann
Matéria: Gabriel Pfeifer – Assessoria de Comunicação do Sindijore RS