Jornais Gaúchos se desdobram para manter operações

Jornais Gaúchos se desdobram para manter operações

Jornais do Rio Grande do Sul também se transformaram em notícia ao sofrer os efeitos da maior catástrofe da história do Estado e, ao mesmo tempo, se desdobrar para cumprir sua missão de levar informação às populações atingidas. Em comum, Zero Hora e Correio do Povo, ambos associados ao Sindijore RS, os dois jornais de Porto Alegre mais atingidos, tiveram seus parques gráficos completamente alagados e abriram seus paywalls, liberando o acesso do público a um conteúdo jornalístico mais urgente e relevante do que nunca.

Todos os jornais que seguem imprimindo, ainda que parcialmente, suas edições enfrentam enormes dificuldades de distribuição dos exemplares em razão da obstrução ou destruição de mais de 150 pontos nas rodovias gaúchas.  O primeiro a ser atingido foi o Correio do Povo, instalado no histórico edifício Hudson, no centro da Capital, a cerca de 300 metros do Lago Guaíba. O prédio foi evacuado ainda no fim de semana passado, e as equipes do jornal passaram a atuar de forma remota, como ocorreu na pandemia, produzindo edições digitais abertas aos leitores. Os programas da Rádio Guaíba, localizada no mesmo prédio, passaram a ser transmitidos do prédio da TV Record, no Morro Santa Tereza.

Em uma demonstração de apoio e solidariedade entre os jornais, o Grupo Sinos, com sede em Novo Hamburgo, na Grande Porto Alegre, que não teve seu parque gráfico inundado, passou a imprimir desde 7 de maio milhares de exemplares de Zero Hora e do Pioneiro, ambos do Grupo RBS.

Gráficas inundadas

A operação para que as notícias cheguem até as pessoas em um cenário de guerra é, de fato, complexa e cheia de desafios. As águas do Lago Guaíba subiram mais de um metro nos parques gráficos de ZH e do Diário Gaúcho, da RBS, localizado perto do Aeroporto Salgado Filho, e do centenário Correio do Povo, da Record, instalado na região conhecida como 4º Distrito, na Zona Norte da cidade.

Como já havia ocorrido no Correio do Povo, com a progressiva subida das águas, a equipe da RBS teve de sair do prédio no bairro Azenha (Centro-sul de Porto Alegre, a um quilômetro do Lago Guaíba) e se instalou na estrutura onde a empresa mantém as operações da RBS TV, no morro Santa Tereza, longe das águas.

Fonte: Associação Nacional de Jornais (ANJ)

Foto: Marcelo Rech

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